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23 de Abril de 2024

Programa 'Minha Casa, Minha Vida' vai perder subsídios para famílias de baixa renda

Terceira fase do programa será totalmente reformulada, e meta baixará de 3 milhões para 1,5 milhão de casas.

há 8 anos

Programa Minha Casa Minha Vida vai perder subsdios para famlias de baixa renda

Alegando restrições orçamentárias, o governo do presidente interino, Michel Temer, decidiu acabar com os subsídios concedidos aos mutuários mais pobres dentro do Minha Casa Minha Vida. O programa habitacional deixará de receber recursos do Tesouro Nacional, repassados pela União a fundo perdido, para subsidiar as famílias enquadradas na faixa 1 (renda de até R$ 1.800) — às quais as residências são praticamente doadas — e na faixa 2 (até R$ 3.600) — cujas prestações são bastante reduzidas, facilitando a quitação do financiamento. Antecipada a empresários pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na semana passada, a decisão foi confirmada ao GLOBO por fontes que trabalham no plano.

Além disso, técnicos anteciparam ao GLOBO, o programa — um dos mais emblemáticos do governo do PT — mudará de nome. Michel Temer está decidido a não manter as marcas da gestão anterior, consideradas estratégias de marketing politico.

Em 2015, o Tesouro desembolsou um total de R$ 11,8 bilhões em subsídios para essas duas faixas. Neste ano, relatou Meirelles a empresários da construção civil, somente estão assegurados repasses para as contratações do Minha Casa já realizadas. O montante gira em torno de R$ 3,5 bilhões. A redução dos subsídios faz parte do pacote de medidas do ajuste fiscal anunciado pelo ministro na última terça-feira.

Diante das restrições no Orçamento da União, a terceira etapa do Minha Casa Minha Vida está sendo totalmente reformulada pelo Ministério das Cidades e deverá ser relançada com uma meta menos ousada, de até 1,5 milhão de unidades nos próximos três anos. A presidente afastada, Dilma Rousseff, prometeu 3 milhões de residências às vésperas da campanha presidencial em 2014. Em fevereiro deste ano, baixou a meta para 2 milhões.

Ainda, a nova faixa de renda intermediária (entre R$ 1.800 e R$ 2.300), que nem saiu do papel, será abandonada. Dilma, segundo interlocutores, insistiu na criação desta categoria, diante da escassez de recursos da União, para continuar doando casas na faixa 1, que encolheu — mesmo com pareceres contrários da Fazenda, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

ANÚNCIO SERÁ FEITO PÓS-IMPEACHMENT

Segundo uma fonte a par das discussões, o Minha Casa Minha Vida não deve mudar de nome imediatamente, “só porque o governo mudou”. Ainda há obras contratadas na segunda fase do programa em andamento, ponderou. Uma possibilidade é que isso ocorre no relançamento da terceira fase, como política habitacional do governo Temer. Siglas de outros programas, como o de Aceleração do Crescimento (PAC) e o de Infraestrutura e Logística (PIL) também serão aposentados. Os projetos com viabilidade econômica vão migrar para o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).

As mudanças no Minha Casa estão sendo discutidas de maneira reservada no governo, para evitar atritos com parlamentares, diante da interinidade de Temer. Por isso, medidas impopulares não deverão ser anunciadas antes do desfecho do processo do impeachment pelo Senado, previsto para agosto.

"A palavra de ordem é interinidade. O governo pisou no freio e será cauteloso até agosto. Medidas impopulares serão empurradas com a barriga", disse um empresário com trânsito no Palácio do Planalto, sobre o recado do governo.

Com o crescente déficit fiscal, os subsídios do Tesouro ao programa começaram a minguar ainda no governo Dilma: o percentual baixou de 25% do volume contratado na primeira etapa do Minha Casa Minha Vida para 17,5% na segunda versão do programa. Na terceira, seriam 10%, a maior parte é complementada pelo FGTS. O Fundo dos trabalhadores foi a fonte explorada por Dilma na falta de recursos orçamentários, inclusive a perder de vista. Entre 2015 e 2016, o governo transferiu R$ 8,2 bilhões do FGTS para o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que deveria ser abastecido pela União, para pagar obras atrasadas para a faixa 1.

Aplicar em Habitação é um dos objetivos do FGTS. Mas, com a criação do Minha Casa, em 2009, o Fundo passou a ser usado fortemente como instrumento de política social. Entre 1998 e 2008, foram concedidos R$ 7,7 bilhões em subsídios. De 2009 a abril de 2016, o valor destinado a fundo perdido saltou para R$ 37 bilhões, segundo o FGTS. Ao lançar o programa, o governo mudou ainda a sistemática de concessão de subsídios, que passou a ser automática. Antes, a Caixa tinha de esgotar a capacidade de renda das famílias, para então oferecer desconto no empréstimo.

Procurada, a assessoria de Henrique Meirelles confirmou o encontro com os empresários, masevitou falar sobre as mudanças no Minha Casa, atribuição de outra pasta. Em nota, o Ministério das Cidades reafirmou o compromisso do atual governo com o programa:

“O Ministério das Cidades nunca alterou o compromisso com a continuação e prioridade do Programa Minha Casa Minha Vida, sem qualquer interrupção. Desde que assumiu a pasta, o ministro Bruno Araújo determinou aos secretários do ministério que fizessem um levantamento de todos os programas (...) Com base nesses dados, serão feitos aprimoramentos no programa, com cautela e sem paralisação”.

Fonte: Agência O Globo

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Será um dia triste para o Brasil! continuar lendo

Não se pode crer em tudo que sai escrito em jornais; partes são verdades, partes são "balões de ensaio" para prever a reação a um futuro comportamento.

Em relação ao Programa "MCMV", tomemos alguns aspectos, que qualquer leigo pode enxergar/entender:

1- o tipo/qualidade/falta de qualidade de "construção" das construções;

2- o custo/desvio de verbas no custeio;

3- a maneira e o tipo de negócio que foi estabelecido em relação aos terrenos;

4- critério utilizado no acesso ao financiamento/compra/doação dos imóveis;

5- o custo social do financiamento/doação de casas de má qualidade "versus" financiamento de "propinas/subornos/super faturamento";

6- atitudes de um governo paternalista que não mede esforços (despesas) para se manter em "bom tom" com os seus eleitores;

7- será que o povo tem conhecimento do que está pagando com seus altos tributos;

É de se crer que deste pequeno questionário, não se tenha as suas "respostas" respondidas com clareza.

No texto, conforme o Globo:

"[...Ainda, a nova faixa de renda intermediária (entre R$ 1.800 e R$ 2.300), que nem saiu do papel, será abandonada. Dilma, segundo interlocutores, insistiu na criação desta categoria, diante da escassez de recursos da União, para continuar doando casas na faixa 1, que encolheu — mesmo com pareceres contrários da Fazenda, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. ..]"

Há realmente condições financeiras de se custear todas essas"doações", ou, seria mais uma maneira de financiar indiretamente a eleição/releição do governo do PT?

Será que o povo um dia saberá? Será esse o dia triste? continuar lendo

As noticias que ouço: Corte no subsidio da MCMV, retirada da gratuidade do SUS e cobrança de mensalidades nas Universidades Federais, fora outras...

Hum, "eu já sabia". continuar lendo

Não interessa pessoal, abra os olhos. Eu não estou nessa faixa de hoje, financiei sem subsidiados a minha casa em 2010, mas com juros menores pelo minha casa minha vida. Hoje pago uma prestação menor que o aluguel no mesmo prédio, quem financia um imóvel desde 2013 paga bem mais, por que os empresários e as pessoas em geral cresceram o olho com o "Bum Imobiliário", com o aumento exorbitante dos preços por que tinha crescimento e financiamento fácil. Somado a isto temos sim a perda de renda e o aumento da inflação, mas mesmo assim não é motivo pra acabarmos com o programa, ele tem dado sim muita casa, mas se vcs levarem em conta o que é essas muitas casas que gastariam cerca de 11,8bilhões de reais, perto dos prováveis 5 Bi roubados só da petrobras, pelo PMDB, PT, PP e outros. Tem que dar sim, tem que dar saúde e tem que dar educação, e nós não pudemos aceitar a redução desse tipo de coisa, pois os caras roubam ou ficam comendo aos nossos custos e pra nós nada. continuar lendo

MCMV é um programa eleitoreiro que retira da classe média - sim, da classe média, posto que a classe alta consegue subsídios, e a classe baixa não paga -, dinheiro para financiar imóveis a preço muito baixo.
Essa doação de imóveis com o dinheiro alheio beneficia somente ao próprio PT, que ganha votos sem gastar nenhum centavo - para isso, espolia a classe média cada vez mais endividada. continuar lendo

Concordo plenamente. Um classe média simplesmente não consegue usufruir de tal programa, pois os valores exigidos a título de entrada são um absurdo. continuar lendo

Interessante,

Meses atrás vi que o governo Dilma havia feito cortes na educação, na saúde , em programas de financiamento imobiliário e o mais interessante , não vi manifestações por conta disso , o que houve ?

... continuar lendo