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20 de Abril de 2024

Pessoas pobres têm mais filhos para receber o Bolsa Família?

A resposta é não. Números do IBGE comprovam o que o bom senso já indicava e acabam com o mito

há 9 anos

Por Redação — publicado 30/03/2015 12:52, última modificação 30/03/2015 15:04

Quem está desde as eleições sem conversar com aquele cunhado que "não quer trabalhar para sustentar o Bolsa Família" ou com a tia que deseja cancelar o direito de voto dos beneficiários do programa pode retomar o contato com os parentes para continuar a discussão política. Novos dados estatísticos comprovam que é mentira a "tese" segundo a qual os mais pobres têm mais filhos para receber mais dinheiro do governo federal.

A prova está em uma pesquisa feita pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), responsável pelo Bolsa Família, com base nos dados de 2003 a 2013 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo, divulgado na sexta-feira 27, mostrou que, nesse período de dez anos, o número de filhos por família no Brasil caiu 10,7%, sendo que entre os 20% mais pobres a queda registrada no mesmo período foi 15,7%. A maior redução foi identificada entre os 20% mais pobres que vivem na região Nordeste: 26,4%.

O levantamento mostrou que, em 2003, a média de filhos por família no Brasil era 1,78. Em 2013, o número passou para 1,59. Entre os 20% mais pobres, as médias registradas foram 2,55 e 2,15, respectivamente. Entre os 20% mais pobres do Nordeste, os números passaram de 2,73 para 2,01.

A intenção do MDS com a divulgação dos dados foi justamente combater o mito criado a cerca do programa. "Mesmo a redução no número de filhos por família sendo um fenômeno bastante consolidado no Brasil, as pessoas continuam falando que o número de filhos dos pobres é muito grande. De onde vem essa informação? Não vem de lugar nenhum porque não é informação, é puro preconceito”, disse a ministra Tereza Campello.

O maior benefício pago pelo Bolsa Família é de 77 reais, direcionado apenas a famílias extremamente pobres, com renda mensal por pessoa menor do que 77 reais. Os benefícios variáveis são de 35 reais para filhos de até 15 anos, gestantes ou nutrizes, limitados a cinco por família. Há também o benefício vinculado aos adolescentes de 16 e 17 anos, de 42 reais, limitados a dois por família.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/blogs/parlatorio/pessoas-pobres-tem-mais-filhos-para-receberobolsa-...


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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/pessoas-pobres-tem-mais-filhos-para-receber-o-bolsa-familia/177896963

19 Comentários

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Excelente!

Também trabalhei nas comunidades e posso afirmar que o Bolsa Família é um programa muito bom e fundamental. Não posso concordar com a tese que um morador "prefira" ganhar R$ 170,00 para ficar em casa vendo televisão. Quem sobrevive com R$ 170,00? Acredito que a grande maioria dos críticos peque pelo fato de desconhecer a miséria de nossa população e a falta de requisitos básicos que os coloquem nas mesmas condições que as nossas, equiparando-os a nossa realidade. Inocência acreditar que um morador nestas condições de vulnerabilidade vá conseguir empregar-se com qualidade, efetuar tarefa que possa cumprir com satisfação, que tenha motivação pra sair do seu bairro pobre toda amnhã e sofrer a quantidade de abusos que muitas vezes só quem vem dessa população ousa questionar sua crueldade e desigualdade. continuar lendo

Vinicius, atuei muito em comunidades, e sempre indagava se recebiam bolsa família e o que mudou ao passar a receber. Tive depoimentos dos mais diversos, mas a maior prioridade de quem é beneficiado pelo programa e oferecer melhor qualidade de vida aos filhos. Dar uma alimentação mais completa.
Mas claro que existem distorções, onde o governoFederal, deveria atuar nabase da fiscalização, porque nem sempre o dinheirochega a todos os beneficários que necessitam desse complemento.
É incrivel que as coisas só funcionam mediante controle e muita fiscalização. Issoem qualquer verba oriunda do Governo Federal, as tripartites,bipartides. O governo Federal
necessita exercer maior controle a verba repassada aos estados, saúde tem o fundo estadual saúde, educaçãoa mesma coisa. O que falta é visita ao local, não adianta os conselhosdos fundos enviarem números de atividades desenvbolvidas com aquela verba, pq muitas vezes a informação chega em Brasilia de forma falsa.
Nunca raciocinei que essa ajudado governo, trariam párias e contribuiram para um aumento de crianças. Esses grupos de base, como a pastoral da criança, da saúde, prestam grande valia aos nossos irmãos e em comunidade é discutido o controle da natalidade como uma maneira de oferecer condições melhores aos filhos que já possuem. continuar lendo

Prezada Lalá, bom dia. Não gosto da expressão "jeitinho brasileiro", acho muito preconceituosa, mas note como nossa sociedade se comporta diante da frágil fiscalização .... A festa é completa, em todas as classes, sem distinção. Mas o Bolsa Família é um Programa Social muito eficaz, tirou o Brasil do mapa da fome.
Sobre as Instituições Sociais, sabemos que elas são imprescindíveis para o bem estar do nosso país!
Tenho muita estima por esses voluntários. Att. continuar lendo

Muito bom, muito bom. O impacto inicial do bolsa família na qual parcela classe média equivocadamente acreditou que geraria o caos e a preguiça está sendo desmistificada, para isso o parâmetro utilizado foi "não consigo ninguém para limpar meu jardim". Realmente, do ponto e vista estático essa era uma vertente objetiva que nega o subjetivismo do pobre. Mas afinal o que o pobre quer? Esse parêntese reflete a total falta de empatia com as pessoas que tiveram menor acesso a qualidade de ensino e com menor renda. A cultura da miséria era colocada como se o pobre quisesse manter o status quo, e vivesse de hedonismo, parasitismo e indolência. O número mostrado reflete que a previsão de que o bolsa família serviria de acumulação de capital, no qual o pobre geraria maior prole (sim essa era a palavra usada) se mostra equivocada. continuar lendo

Precisamos urgentemente "parar" de partidarizar o bolsa-família.Até mesmo acho que deveria ser estendido à pessoas que recebem 01 salário minimo, que convenhamos, é pouco para o sustento de uma família. Outra coisa que deve ser feito é através de EC (emenda à constituição), tornar o beneficio permanente, tirando dos partidos políticos e ex-presidentes, a primazia de sua criação. continuar lendo

E desde quando pesquisas encomendadas pelo governo federal tem isenção?? O que vejo no Fórum de Campo Grande e nas varas de família, vai na contramão das afirmações do texto. E conheço várias pessoas, que não querem trabalhar, por receber o benefício. Preferem ficar em casa, recebendo R$ 170,00, do que exercer qualquer tipo de atividade. continuar lendo

Caro Marco Aurélio, tenho uma curiosidade: já que você conhece "várias pessoas, que não querem trabalhar, por receber o benefício. Preferem ficar em casa, recebendo R$ 170,00, do que exercer qualquer tipo de atividade" , poderia, por gentileza, perguntar a essas "várias pessoas" como elas vivem, digo, sobrevivem? Não vale achismo... continuar lendo

O "eu" como medida de todas as coisas, muito científico fazer a pesquisa sobre diminuição de filhos nas classes mais pobres olhando pessoas dentro do Fórum. Sugiro fazer um artigo "A falácia das pesquisas encomendadas pelo governo federal através da minha análise ocular no Fórum de Campo Grande". continuar lendo